OMS investiga surto de Marburg após 8 mortes na Tanzânia; vírus é da família do ebola e tem letalidade de 90%

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou, nesta terça-feira (14), que apura um possível surto do vírus Marburg na Tanzânia. A doença causou cerca de 8 mortes na região de Kagera.

Em comunicado divulgado mundialmente, a entidade disse que até o último sábado cerca de 9 casos suspeitos foram notificados, incluindo os 8 óbitos, nos distritos de Biharamulo e Muleba. Até então, o vírus tem uma letalidade de 89%, conforme reportagem do O GLOBO.

“Amostras de dois pacientes foram coletadas e testadas pelo Laboratório Nacional de Saúde Pública. Os resultados estão aguardando confirmação oficial. Há relatos de que os contatos, incluindo profissionais de saúde, foram identificados e estão sendo acompanhados em ambos os distritos”, comentou a autoridade sanitária.

A OMS explicou que os pacientes apresentaram sintomas como dor de cabeça, febre alta, dor nas costas, diarreia, hematêmese (vômito com sangue), mal-estar (fraqueza no corpo) e, em um nível mais avançado da doença, hemorragia externa (sangramento de orifícios).

Segundo a publicação, o órgão classificou o risco de Marburg na Tanzânia como “alto”, por conta de fatores como a alta letalidade e a origem desconhecida do surto. Foi ressaltado que os profissionais de saúde estão incluídos entre os casos suspeitos.

A organização, porém, afirmou que o risco global permanece “baixo” e que até então não existem registros de disseminação para outros países, mesmo que exista preocupação quanto aos possíveis riscos.

SOBRE O VÍRUS
O Marburg é um vírus raro da família Filoviridae, onde o ebola foi oriunda. A enfermidade possui uma das taxas de letalidade mais altas já obtidas. A mortalidade do Marburg pode alcançar cerca de 88% dos contaminados.

Febre hemorrágica que começa abruptamente, com elevadas temperaturas, dor de cabeça e mal-estar intensos estão entre as causas. De acordo com a OMS, a maioria dos pacientes desenvolve quadros graves em até sete dias. Ainda não existem imunizantes ou tratamentos antivirais disponíveis, mesmo que exista uma série de medicamentos estejam em testes.

Já a transmissão ocorre por morcegos frugívoros, que se alimentam de frutas. O vírus pode ser espalhado por humanos pelo contato direto com os fluidos corporais de pessoas contaminadas e por superfícies e materiais infectados.

FONTE: BN Notícias